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11 de outubro de 2012

O VOO RASANTE DE UM URUBU

Acordo cedo, quando o sol emite os primeiros raios eu já estou na janela do meu quarto aguardando mais claridade, para fazer a caminhada matinal. Moro ao lado do aeroclube e, - tem dias – que o som dos pássaros gorjeando se misturam ao barulho espalhafatoso das aeronaves. Hoje ao chegar à janela eu vi o seguinte: Um helicóptero desengonçado levantava voo e sobrevoava os prédios em minha frente. Olhando aquela máquina barulhenta se esforçando para ganhar altura eu fiquei pensando. Como o homem é inteligente inventa um troço desses, mais pesado do que o ar sobe até as nuvens e voa por aí como se fosse um deus. Daqui a pouco surgiu no horizonte, plainando como uma nuvem, a figura negra de um urubu. Não se ouvia barulho, suas asas estavam inertes, mesmo assim o seu vou era sereno. Lembrei-me da infância e das vezes que munido de uma baleeira eu ficava no terreiro do sítio a espera de um urubu que ali aterrissava a procura de restos de alimentos. Matar aquela ave não tinha sentido algum, sua carne era imprópria para o consumo humano, mas o desejo cruel era matar, acertar uma pedra bem no meio da cabeça e se vangloriar da pontaria. Hoje o tempo passou e ali eu estava admirando a natureza, vendo o mundo com outros olhos, reconhecendo a grandeza de Deus e a beleza do voo de um pássaro que sem motor nem combustível alcança as alturas, olha para baixo com ar de superioridade, mostrando para o homem que sua criação é Divina, é perfeita.

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