O grande pilar de um reality show de confinamento como o “Big Brother Brasil” reside na convivência entre pessoas vindas dos mais diferentes lugares, com diferentes ideias. Não é segredo. Recurso já usado em outros anos e trazido de volta para a décima terceira edição, a Casa de Vidro, no entanto, parece questionar esse princípio. Tudo porque o que menos há dentro do espaço montado num shopping de São Paulo é interação profunda entre os concorrentes a duas vagas na casa mais vigiada do país.
A coluna esteve no local no último domingo (6) e passou bom tempo observando os candidatos a BBBs. Atiçados pela multidão que os espiava do lado de fora, todos mais pareciam preocupar-se em atender aos múltiplos pedidos de foto do que viver a vida normalmente – afinal, não seria a graça de um reality atiçar o lado voyeur e assistir os joguetes exibindo a intimidade ainda que em momentos prosaicos? Fato é que, dispostos naquele espaço, não havia quem olhasse para dentro da casa. Expostos, como numa grande vitrine, valia de tudo para chamar atenção e ganhar a simpatia de futuros votantes – há uma cabine de votação ao lado da Casa.
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O mais empolgado era também o que tinha maior torcida. O brasiliense André Coelho por vezes ouvia seu nome berrado em coro por grupos de meninas que o chamavam de lindo volta e meia. Esperto, resolveu apelar para seus atributos. Passou o tempo todo sem camisa e, quando parou para conversar com algum companheiro de confinamento, foi para interagir com Kelly, com quem ensaiou passos de forró e posava para fotos, quase que insinuando uma possível “formação de casal” – escolados em reality show diriam que ali estava uma possibilidade de somar torcidas (e votos).
André Coelho se exibe sem camisa para o público do shopping
Outro alvo das garotas histéricas, o carioca Marcello pareceu mais reservado. Tirou até um cochilo, deitado no futton. Mas foi só ouvir seu nome para usar do mesmo expediente que André: ficar sem camisa. Os dois não estão errados. Nessa fase de disputa, especialmente quando não há possibilidade de desenvolvimento de história – afinal, ao se exibir tanto esquece-se do que há ao redor e, consequentemente, não se discute ou briga -, o que parece contar são os fatores estéticos. Os mais bonitos, claro, saem na frente por apelar a espectadores que gostam de galãs de novela. A popularidade, aliás, já os deslumbra. André, por exemplo, mesmo sendo um ilustre desconhecido até outro dia, já comenta que tem “seu público”. Marcello tenta comunicar-se por gestos com as pessoas de fora, da mesma maneira que Bernardo, que, sem abdômen sarado, mantém-se vestido, mas tenta compensar no bom humor e nas brincadeiras.
Entre as meninas, o senso estético não é deixado de lado. Assim como o tchauzinho, especialidade das duas ex-misses Kamilla e Kelly. Samara, a paulistana, chegou a ver um parente – provavelmente o pai -, devidamente trajado com camiseta de apoio, e manteve-se comportada.
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Entre os frequentadores do shopping as perguntas mais ouvidas diziam respeito a dinâmica lá dentro. Muitos questionavam o tempo de permanência e como faziam para tomar banho. A coluna responde: todos devem ficar no shopping até a sexta-feira, quando será divulgado o resultado da votação. E os concorrentes tomam banho, sim, à noite, depois que o estabelecimento fecha as portas. Acompanhados por alguém da produção, dirigem-se a um dos banheiros do local e lá se refrescam.
Apesar de todo o furor que causam e dos planos que fazem para os dias de “fama”, os confinados da casa de vidro terão de se acostumar à perenidade. Não foram poucos os que se perguntavam seus nomes quando estavam próximos aos totens de votação. Aparentemente, André será o mais votado. Nos minutos que a coluna acompanhou a votação, liderou com folga. Talvez seja a falta de camisa. Ou a disponibilidade para agradar à plateia. Como um integrante de trupe circense.
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