Como é o dia a dia em Borá, cidade paulista que tem o menor número de habitantes do Brasil.
No final de uma tarde, dias atrás, o policial Valdinei Nogueira começou a ficar intrigado com o longo silêncio do telefone que recebe chamadas de emergência, o 190, no acanhado posto da Polícia Militar de Borá. Ele não tocava há dias. Estaria com defeito? Ou será que alguém, talvez planejando um assalto a uma casa, cortara o fio do lado de fora do prédio da PM?
Preocupado, ele apanhou o outro telefone que tem sobre a sua mesa e digitou aquele número, como se fosse alguém buscando ajuda ou prestes a denunciar um crime. Nogueira ficou aliviado quando, logo em seguida - triiiim - ouviu tilintar o outro aparelho ao seu lado.
Era mais do que um gesto de zelo. A iniciativa servira, na verdade, para romper a modorrenta monotonia de mais um dia encalorado em que, de pé à porta do posto, pronto para a ação, mas sem ter o que fazer, ele via a mesma paisagem de sempre: galinhas ciscando no jardim da praça em frente, cães vadios em busca de algum entretenimento nas imediações, pedestres gentis que não deixam de cumprimentá-lo com deferência.
Há 16 anos Nogueira trabalha no único posto da PM em Borá. Há sete anos não acontece um homicídio nesse município bucólico no Oeste paulista, a 424 quilômetros da capital. Em agosto passado, a cidade se destacou numa pesquisa nacional do IBGE por ter o menor número de habitantes do país: apenas 837. Há muito tempo ninguém nasce em Borá. A cidade não tem hospital, médico e nem parteira.
Em Borá (SP), um Vereador se elege com 17 votos e dois policiais bastam para a ronda
No interior de São Paulo, a 430 quilômetros da capital, está Borá, a menor cidade do Brasil, com 837 habitantes. Lá, um vereador se elege com 17 votos e dois policiais bastam para fazer a ronda das ruas.
Na delegacia, não há presos e o telefone de emergência da polícia raramente toca. O último homicídio registrado em Borá aconteceu em 2004. Um crime passional.
Ainda assim, há quem ache o local muito agitado. Uma moradora reclama do “barulho dos passarinhos”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bor%C3%A1
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