A sociedade ganhou essa semana mais uma ferramenta na internet para fiscalizar a vida pregressa e as contas de campanha de candidatos nesta eleição. A Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci), em parceria com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), lançou nesta quinta-feira o site Ficha Limpa. No espaço, os candidatos podem comprovar, voluntariamente, que são “ficha limpa”.
No site – com dois endereços: http://www.fichalimpa.org.br/ e http://www.fichalimpaja.org.br– os candidatos devem apresentar certidões que comprovem que não foram condenados pela Justiça nem renunciaram para não sofrer cassação. Além disso, os candidatos devem tornar públicas as contas de campanha, sendo possível se cadastrar candidatos a presidente da República, governador, deputado federal e senador.
“A maior contribuição desse site é a multiplicação da transparência sobre a vida pregressa dos candidatos. Se nós temos eleições corretas, nós vamos ter uma representação política adequada. A campanha ficha limpa caminha no sentido de melhorar a participação política”, disse o juiz Márlon Reis, do MCCE.
O cadastro será feito voluntariamente pelo próprio candidato. Segundo os organizadores, só serão aceitos cadastros que comprovem publicamente o financiamento da campanha. Durante o dia de hoje, dez candidatos a deputado tentaram se cadastras, mas seus cadastros foram rejeitados por não comprovarem as contas da campanha.
“Se não tiver um link imediato a uma página pública com os gastos de campanha, não entra no site. Quem doou, quanto doou, quando doou e quais os gastos realizados. Sem essas informações, não entra no site”, avisou o representante da Abracci, Caio Magri.
O site está disponível para consulta livre dos internautas. Os eleitores podem consultar os cadastros de diversas formas: por estado, por partido, nome/número do candidato, cargo eleito, gênero, idade e outros. Também será possível fazer denúncias sobre prestação irregular de contas de campanha e sobre a vida pregressa dos candidatos.
“A denúncia será sobre esses aspectos. Outro tipo de denúncia não será aceito”, explica Magri. Segundo os organizadores, as denúncias somente serão publicadas após investigação prévia para verificar a veracidade da informação. Os conteúdos das denúncias serão encaminhas à Justiça Eleitoral.
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