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WEB RÁDIO

1 de julho de 2011

COBRADORES MUSICAIS




A notícia que transcrevo a seguir merece atenção do brasileiro em razão do seu costume secular de não pagar o que deve. Ei-la:
“A tranqüilidade dos fraudadores de impostos de uma pequena cidade do sul da Índia acabou desde que a prefeitura resolveu combater a sonegação. E não são apenas sanções legais, as autoridades da cidade do Estado de Andhra Pradesh contrataram bandas de música. Isto mesmo. Os devedores terão que agüentar 20 grupos de percussão em frente às suas casas até que as dívidas sejam pagas”.
“Eles começam o espetáculo do lado de fora das casas dos devedores e ficam lá explicando aos curiosos o motivo do show”, disse T.S.R. Anjahneyulu, comissário municipal de Rajahmundry. “Eles não param até que o dono da casa saia e concorde em pagar sua dívida”,explicou.”
Agora me digam: se os cobradores resolvessem botar batucadas nas portas dos velhacos para tentar receber suas dívidas, aqui no Brasil, daria certo? Com certeza a tropa do “devo, não nego...” cairia na farra, meteria a cara na cachaça e transformaria o país num imenso carnaval. Se por aqui qualquer data é pretexto para um feriado regado a festa e comilança, passaríamos os 12 meses do ano sob intenso batuque, numa festa sem fim.
O nosso Parrá, por exemplo, não só entraria na dança como demonstraria sua destreza com o velho pandeiro de suas festas famosas. E Anísio de Nezinho, que nunca pagou conta na sua vida, talvez repetisse a última façanha dele na loja de Ari Cego, quando mandou faturar um mustang vermelho e Ari, com medo de perder o carro, argumentou que o produto estava caro, não dava para ser vendido a um amigo, pois fora cotado em URV, ao que Anísio, todo sentido, respondeu:
- E o amigo acha que vou desmanchar um negócio desses por causa de três letrinhas?”
Essa tropa aqui de João Pessoa que toma dinheiro emprestado no banco para fazer jantares e depois botar tais jantares nas colunas sociais, certamente diria que os batuques dos cobradores eram uma nova mania das socialites querendo popularizar seus costumes. E continuaria comprando fiado, tomando emprestado e sendo endeusada por Gerardo Rabelo na sua prendada coluna social.
Eu mesmo botarei sebo nas canelas e frevarei sob o bombo da cobrança, caso tal prática indiana se espalhe por nossas plagas.

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