Se o Brasil não avançar para uma reforma que possa democratizar - talvez através do financiamento público de campanha – o dinheiro que move as campanhas eleitorais, será difícil para candidatos de partidos pequenos concorrer com os milionários e comprometedores financiamentos de campanhas de grandes legendas e candidatos – o que acaba comprometendo a democracia no país.
Na disputa pela cobiçada cadeira de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seis candidatos fazem campanha na pindaíba e praticamente no escuro. Eles não aparecem nas pesquisas de intenção de voto, não são convidados para debates e sabatinas e raramente têm espaço na mídia. No horário eleitoral, aparecem por menos de um minuto. Nas ruas, têm que se apresentar ao eleitor pelo nome, porque a maioria nunca ouviu falar em alguns deles.
É nesse cenário de desânimo que os candidatos de pequenos partidos à Presidência da República Ivan Pinheiro (PCB), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Plínio Sampaio (PSol), Rui Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU) tentam um lugar ao sol. Neste momento da campanha eles lutam por visibilidade e por oportunidade de expor suas ideias.
“Concorrer com campanhas bilionárias como a da Dilma Rousseff (PT) e a do José Serra (PSDB) tira a força de qualquer um”, diz o candidato Rui Pimenta, 52 anos, jornalista. Enquanto as campanhas do PT e do PSDB preveem gastos na casa do bilhão, a do candidato do PCO não passará de R$ 10 mil. “Não faço mais corpo a corpo porque é perda de tempo”, sentencia. Rui Pimenta começou a campanha distribuindo panfletos pelo Centro de São Paulo. Sob sol escaldante, descobriu que sair apertando a mão de eleitores pela rua não dá voto quando o candidato é desconhecido.
O candidato Levy Fidelis é prático em sua análise: “Enquanto o modelo for esse, de uns candidatos com 20 minutos na televisão e outros com 57 segundos, a campanha não é um modelo de democracia”, queixa-se.
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