Sexta-feira de cinzas. Não irei para a praia nem para os campos. Não viajarei para minha terra, porque lá só restam lembranças dos antigos carnavais. Vou esperar os jejuns quaresmais, que tem mais futuro. Tou de regime mesmo...
Na capital da Paraíba, o carnaval termina amanhã, sábado. Hoje é dia dos Cafuçus, o bloco do meu compadre Buda Lira.
Sem nada pra fazer, vou ler O ATO E O FATO, crônicas políticas de Carlos Heitor Cony, escritas no arrebentar do golpe militar de 1964. Já comecei a leitura. Tem uns trechos que fazem lembrar a postura de certos vereadores de Itabaiana. É sobre os riscos de sermos íntegros. Sobre o prejuízo de termos vergonha na cara.
Carlos Heitor Cony fala de história natural: tem os artrópodes, que são os moluscos. Têm o corpo mole, uns vivem dentro de uma concha, outros não. São célebres pela ausência de cérebro. Mas são de moral ilibada, incorruptíveis. Há os protozoários. Apesar de pequenos, são perigosos. Os famosos micróbios. O mundo está cheio de protozoários. Transbordam pelas repartições públicas, pelas câmaras de vereadores.
Mas é carnaval. Hora de botar as máscaras. Há os palhaços de boa cepa e os safados. Palhaço no bom sentido é o Tiririca. Faz pilhérias no tom popular, debocha da pompa e circunstância de um Parlamento safado. Aqui temos o nosso deputado “exótico”, o Toinho do Sopão. Para uns, a presença de Toinho do Sopão na Assembléia é um aviltamento de nossas instituições. Eu acho que Toinho é um contraponto necessário à representação da fina flor dos corruptos, dos carreiristas e falsos moralistas da política.
FRASE DE TOINHO DO SOPÃO:
“Eu só quero dizer que vou inventar pras muieres paraibanas essa tal de ‘vasectumia’ As muieres num precisam embuchar sem quererem, né não?”
Ótimo carnaval para todos os leitores desta Toca.
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