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WEB RÁDIO

9 de fevereiro de 2011

Porque ainda temos tantas dúvidas a cerca dos efeitos benéficos do álcool?.







Os trabalhos científicos são muito diferentes entre si. Por isso mesmo é que nós ouvimos conclusões opostas a cerca de um mesmo tema. Um dia o café faz mal à saúde, no outro dia o café faz bem a saúde. Isso, confunde pesquisadores e torna inseguros médicos e pacientes.
Os estudos que correlacionam o consumo freqüente de álcool com saúde e sobrevida são também difíceis de serem avaliados, pois se baseiam em observações. Os chamados estudos observacionais. Esse tipo de trabalho científico coleciona vários resultados falhos. Um exemplo é o estudo que avaliou os benefícios e riscos da terapia de reposição hormonal em mulheres na menopausa. Por décadas, nós acreditamos que essa reposição seria benéfica, mas quando os estudos deixaram de ser observacionais e passaram a formas mais criteriosas de avaliação, nós descobrimos que a realidade era exatamente o inverso disso, ou seja, que as mulheres que faziam uso da reposição hormonal desenvolviam mais câncer de mama e doenças do coração.
Infelizmente, nenhum estudo com critérios científicos rigorosos foi realizado até hoje com o álcool. Alguns cientistas até entendem a necessidade. Uma possibilidade seria recrutar um grande grupo de abstêmios para que passem a tomar uma dose diária de álcool e sejam comparados com grupos que permaneceriam sem beber por um longo período de tempo. Entretanto, essa é uma idéia pouco plausível. Existem problemas práticos e éticos em dar álcool a abstêmios sem impor riscos a eles.
Muitas abordagens dos estudos existentes são confusas e chegam a conclusões equivocadas. Um exemplo dessa dificuldade foi demonstrada pelo Dr Tim Naimi, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos. Ele comparou consumidores moderados de álcool e abstêmios e encontrou dois grupos tão diferentes que simplesmente não poderiam ser comparados. Em seus resultados, pessoas que bebem com moderação são mais saudáveis, mais ricas e mais instruídas, inclusive recebem melhor assistência médica em relação aos abstêmios. Em suma, deve haver muitas outras razões para explicar o fato das pessoas que ingerem álcool moderadamente serem mais sadias e que isso pode não ter nada a ver com o consumo alcoólico!
Essas questões ainda precisam ser esclarecidas para que um médico possa receitar ao seu paciente um consumo moderado de álcool.

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