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WEB RÁDIO

8 de março de 2011

ESTADOS UNIDOS SÃO PÉSSIMOS VIZINHOS






No clássico "Veias abertas da América Latina", Eduardo Galeano intitulou o capítulo sobre o México da seguinte forma: "Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos". Ali sabe-se muito bem como a pátria der Zapata, Pancho Villa, Frida Kahlo e outros bravos foi surrupiada pelos gringos que levaram as riquezas mexicanas e ainda engoliram parte do território vizinho.

Em seu artigo publicado na revista Carta Capital, Delfim Netto a certa altura relata uma conversa dele com o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos no Ronald Reagan. Na maior cara de pau o gringo fala que o Brasil só não perdeu a Amazônia porque não é vizinho dos Estados Unidos.

Leia o trecho do artigo e me diga se isso num vale como alerta pra certos ambientalistas que tratam a natureza como um santuário intocável e com isso acabam se aliando, junto com umas ONGs picaretas, a serviço dos interesses de grandes grupos econômicos interessados nas riquezas nacionais, aos Estados Unidos e aos tais grupos multinacionais.

No início dos anos 80, auge da crise produzida pela explosão dos preços do petróleo, num jantar em Washington com o então secretário do Tesouro John Connally, ouvi um desses comentários despretensiosos. Lembrei-me do episódio durante a recente discussão das leis de imigração do estado do Arizona, que pretendem restringir o ingresso de estrangeiros e estão causando enorme desconforto aos antigos imigrantes. Connally era o governador do Texas que recepcionava o presidente Kennedy em Dallas e foi atingido no ombro e na perna por uma das balas assassinas, a qual ainda lhe causava desconforto ao caminhar.

A conversa no jantar (e não podia mesmo ser outra) era sobre o velho vício texano. Ele falou do petróleo de Angola e demonstrou curiosidade sobre as pesquisas da Petrobras no litoral norte angolano, se não me engano em Cabinda. Apesar das tensões ocasionadas pelas duras discussões sobre os problemas do endividamento brasileiro para garantir as importações do produto, tínhamos construído um relacionamento bastante civilizado e quase sempre cordial.

Num dado instante, Connally quis saber das prospecções na Amazônia e, como quem tivesse alguma carta na manga, comentou descontraidamente: “Vocês sabem por que continuam donos da Amazônia?” E ele mesmo, rindo, respondeu: “Seus vizinhos são menos competentes: se vocês fossem vizinhos do Arizona, a Amazônia teria outros donos…”

Lembro-me que devolvi, na hora, com outro non sense: “Pode ser, mas vocês já não fazem John Waynes como antigamente…”

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