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WEB RÁDIO
16 de dezembro de 2009
Eu também tenho um sonho
Um sonho que não é só meu.
Um sonho que já existia mesmo antes de eu ter nascido. Mesmo antes do dia em que Luther King impressionou o mundo.
Um sonho que já guiou as vidas e já derramou o sangue de muitas mulheres e homens ao longo dos tempos. Sonho que vem sendo perseguido por mais e mais gente, em todos os cantos do planeta.
No meu sonho, cor da pele não é sentença de morte em lugar algum do mundo.
No meu sonho – que não é só meu – todas as pessoas do planeta terão acesso à saúde. Não apenas hospitais, médicos, pílulas e tratamentos. Saúde.
Não haverá armas destinadas a fazer com que seres humanos possam tirar a vida de outros seres humanos.
A indústria da guerra padecerá em nome da diplomacia e do diálogo.
A terra e a água não pertencerão a Fulano ou a Beltrano, mas estarão à disposição para mulheres e homens que desejarem semear e colher, criar animais e produzir para que as necessidades de nossas comunidades sejam supridas.
Os povos indígenas, todos eles, terão a liberdade de viver suas culturas e de interagirem com a natureza sem que sejam vistos como atrasados, excêntricos ou apenas folclóricos.
No meu sonho as pessoas poderão expressar suas opiniões da maneira que acharem conveniente. Poderão utilizar os meios de comunicação que considerarem mais adequados para tornarem visíveis seus anseios e para buscarem coletivamente as soluções para seus eventuais problemas.
Quem quiser fazer música, vai fazer música. Quem quiser fazer cinema, fará cinema. Quem quiser escrever, vai escrever.
No meu sonho, crianças se divertem, praticam esportes e lêem livros. Sorriem por qualquer bobagem e fazem perguntas que os adultos têm dificuldade de responder.
Carregam lápis e cadernos, não enxadas. Brincam nas ruas, não moram nelas.
Mulheres podem amar mulheres, homens podem amar homens. Pessoas que se amam, independente de gênero, poderão unir-se e formar suas famílias baseadas no amor e no espírito de convivência.
No meu sonho, que não é só meu, mulheres do mundo inteiro terão a liberdade de escolher o que fazer com seus corpos; poderão ter prazer e filhos com quem desejarem, no momento em que desejarem.
Uma criança que nasce num bairro da periferia de uma cidade como o Recife tem as mesmas oportunidades que um bebê nascido de uma mãe sueca, num hospital de Estocolmo.
Nos bairros das cidades ou nas cidades do interior não faltarão bibliotecas, teatros, cinemas. Equipamentos esportivos e de lazer servirão a toda a sociedade.
No sonho que eu tenho as pessoas são diferentes em suas idéias, etnias, bagagens culturais, opções políticas, sociais, religiosas ou afetivas. Mas essas diferenças todas não impedem que elas se compreendam e possam caminhar juntas encontrando seus consensos e guiando-se por eles.
A paixão pela coletividade irá se sobrepor à ganância e ao egoísmo.
Nesse sonho, se alguém nasce com alguma deficiência ou a adquire ao longo da vida, essa característica isolada não será fator de classificação ou definição da pessoa – senão sua personalidade e seu caráter.
A ciência e a tecnologia andarão de mãos dadas com os anseios da sociedade e com a natureza.
Formas limpas de geração de energia serão a regra, não a exceção.
Quem sonha esse sonho sabe da dificuldade de realizá-lo. Conhece a incompatibilidade que ele nutre com as relações de exploração, com a subordinação, com o conformismo.
Quem sonha esse sonho não fica parada dormindo. Acorda e vai em busca de trazê-lo à vida.
As mulheres e os homens que, juntos, sonham esse sonho, aprendem desde cedo a comemorar com intensidade cada vitória, por menor que possa parecer.
A reparação de uma injustiça, a transformação de uma cidade, de uma vila, de uma comunidade, de uma rua.
O abrir os olhos de uma criança, o fim de uma guerra, um aperto de mão entre adversários.
A afirmação de um direito, a reivindicação de outro. O despertar da humanidade para a necessidade de se rever sua relação com a natureza.
O multiplicar de sonhadores e sonhadoras que, no mundo inteiro, compartilham os mesmos ideais e nutrem-se da alegria de terem participado de um processo em que as pessoas tornam-se cada vez mais humanas.
Quem sonha esse sonho vive cada momento de suas vidas imaginando a felicidade de vê-lo realizado.
Mesmo sabendo que não conhecerá esse dia.
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