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27 de novembro de 2009

Dengue faz governo federal colocar Rio Preto em alerta








Levantamento realizado pelo Ministério da Saúde põe Rio Preto em estado de alerta contra a dengue. A infestação por Aedes aegypti no município quadriplicou entre 2008 e 2009. Segundo o órgão, caso não sejam tomadas providências imediatas, a cidade corre risco de viver um surto nos próximos anos.
No ano passado, o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) foi de 0,5. O número é considerado satisfatório pelo Ministério. Um ano depois, o índice foi de 2,2. Isso significa que 2,2% dos imóveis pesquisados apresentam larvas do mosquito.
O aumento do índice também reflete o crescimento do número de casos. Até o dia 19 de novembro, 918 pessoas contraíram a doença em Rio Preto. No ano passado, foram 279 casos. Municípios vizinhos como Fernandópolis e Votuporanga vivem epidemia da doença. Em Barretos, o índice de infestação já caracteriza surto.
Segundo o biólogo Augusto Azevedo da Silva, coordenador da Vigilância Ambiental, o aumento do LIRAa pode ser creditado ao grande volume de chuva registrado no fim do mês de setembro, outubro e novembro. "As chuvas contribuem para os criadouros do mosquito nos quintais dos moradores", diz. O Aedes aegipty se reproduz em água parada e limpa.
A situação crítica é reconhecida pelo secretário de saúde de Rio Preto, José Victor Maniglia. Novos agentes devem ser contratados para aumentar a fiscalização e combater os criadouros dos mosquitos. "Estamos tomando todas as providências necessárias para prevenir e combater a doença", diz.
Atualmente, a secretaria conta com 389 funcionários que atuam no controle da dengue. São agentes comunitários de saúde, de controle de vetores, de nebulização e supervisores que efetuam esse trabalho durante todo o ano.
De acordo com Maniglia, um estudo será realizado para identificar quais os bairros apresentam maior infestação do mosquito e, a partir daí, serão efetuados remanejamentos ou contratações de funcionários. "O combate a dengue é essencial neste período do ano, em que chove muito. É preciso educar a população." Segundo ele, cerca de 80% das residências da cidade são vistoriadas. O objetivo é atingir ao menos 90%.
Além de mais agentes, a secretaria está finalizando o Plano de Contingência de Dengue, que prevê a execução de ações de controle da doença tanto pelos técnicos de saúde quanto pela população. Outra medida anunciada pela pasta é um treinamento das equipes de saúde, composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, para prestar assistência à vítimas da doença.
Falta de iniciativa
Segundo Silva, a situação da cidade poderia ser mais tranquila em relação à dengue se houvesse mais colaboração dos moradores. Durante o trabalho, muitos agentes deparam-se com casas fechadas e com grande quantidades de criadouros. "Falta iniciativa da população para retirar as larvas de suas casas, locais de trabalho ou de estudo."
Quando um criadouro é encontrado, os agentes realizam a retirada e orientam os moradores sobre como evitá-lo. Nebulizações são realizadas quando um caso de dengue é confirmado na vizinhança. "Todo caso positivo deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica, que pede à Vigilância Ambiental que extermine os criadouros e faça a aplicação de inseticida."
Municípios vivem epidemia
Pelo menos três cidades da região de Rio Preto vivem situações de risco em decorrência da dengue. Em Votuporanga e Fernandópolis, há mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes, critério adotado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica para definir situações epidêmicas. Já em Barretos o índice de infestação do mosquito chegou a 4,7, o que caracteriza risco de surto.
Os três municípios estão investindo na realização de arrastões para mobilizar a população e eliminar os criadouros. Em Votuporanga, mais de 6 mil imóveis foram vistoriados e 18 agentes de saúde foram contratados para intensificar o combate aos criadouros. Outros 6 mil imóveis devem ser vistoriados até o final do mês.
Em Fernandópolis, agentes fiscalizaram 22 mil imóveis e recolheram 60 mil quilos de recipientes que serviam como criadouros. Cerca de mil unidades foram encontrados com larvas. Além do arrastação, a Prefeitura iniciou nesta segunda-feira a campanha "É o fim da picada", para mobilizar a população no combate à doença. Em Barretos, a ação contra a dengue começou por uma limpeza nos prédios públicos. Em seguida, toda a cidade deve ser vistoriada.
http://www.combatadengue.com.br/index.php
Fonte: Diário Web

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