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WEB RÁDIO
27 de novembro de 2009
Em um ano, Serra emagreceu 15 pontos percentuais
A candidatura presidencial do tucano José Serra passa por um processo de lipoaspiração.
Em movimento inverso, o projeto Dilma Rousseff-2010 vem ganhando massa muscular.
Em dezembro de 2008, o instituto Sensus atribuía a Serra 46,5% das intenções de voto.
Dilma era, nessa época, uma candidata raquítica. Amealhava irrisórios 10,5% da preferência dos eleitores.
Pois bem. Os pesquisadores do Sensus voltaram ao meio-fio entre os dias 16 e 20 de novembro.
Constatou o seguinte: Serra dispõe agora de 31,8%. Dilma arrasta a preferência de 21,7% dos eleitores.
Na ponta do lápis: Serra perdeu 14,7 pontos percentuais de gordura. Dilma adensou em 11,2 pontos a sua musculatura.
Dito de outro modo: a diferença que separa Dilma de Serra era, há um ano, de 36 pontos percentuais. Agora, é de 10,1 pontos.
Nessa última rodada do Sensus, Ciro Gomes aparece atrás de Dilma, com 17,5%. Marina Silva belisca 5,9%.
Por que Serra definha? Pode-se intuir que a resistência do tucano em retirar a candidatura do armário tenha alguma influência.
De resto, a pesquisa confirma, em números, algo de que já se suspeitava: FHC tira votos dos candidatos que toca.
Nada menos que 49,3% dos eleitores informam que não votariam num candidato apoiado por FHC.
Por que Dilma se tonifica? Levada à vitrine com antecedência inaudita, a ministra passeia a candidatura pelo país.
Afora a superexposição, Dilma é carregada por um cabo eleitoral poderoso. O potencial de transferência de votos de Lula é estimado em 51,7%. O de FHC, 17,2%.
O índice dos que declaram que jamais votariam num candidato de Lula caiu de 20,2% para 16%.
Por que Lula é um eleitor mais vigoroso do que FHC? Resposta está na comparação entre os governos dos dois.
Entre os entrevistados, 76% consideram que a gestão de Lula é melhor do que a administração FHC.
Se o PSDB optar por Aécio Neves em vez de Serra, Dilma assume a liderança da pesquisa. Ela com 27,9%. Ele com 20,7%. Marina Silva fica com 10,4%.
O Sensus também mediu o potencial dos candidatos em hipotético cenários de segundo turno.
Hoje, Serra prevaleceria em todos os cenários. Venceria Dilma com 46,8% dos votos contra 28,2% da rival. Em setembro, o placar era de 49,9% a 25%.
Numa queda-de-braço com Aécio, Dilma venceria o segundo turno –36,6% contra 27,9%. Em setembro, dava 35,8% contra 26%.
Sob a luz fria dos números, a estratégia adotada por Lula revela-se precisa. Esforça-se para associar a candidata a si mesmo e ao seu governo.
E tenta estabelecer uma disputa de projetos. De um lado, a era Lula. Do outro, o ciclo FHC. Presente X Passado. No popular: “Nós contra eles”.
Para complicar a vida do tucanato, o Sensus informa que melhorou a avaliação do governo Lula.
Em setembro, a gestão de Lula era aprovada por 65,4% dos eleitores. Hoje, 70% avaliam o governo como ótimo ou bom.
Subiu também a avaliação pessoal de Lula. Foi de 76,8% para 78,9%. Não retornou aos 80% do início do ano. Mas continua nas nuvens.
Parece óbvio que, se quiser conservar a aura de favorito, Serra terá de promover uma reviravolta em sua estratégia.
Fala que só vai assumir a candidatura em março de 2010. Parece discurso de quem prepara a rota de fuga.
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