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26 de novembro de 2009

Dinheiro do Estádio em São Lourenço da Mata para a Copa de 2014 vai acabar saindo dos cofres públicos


Na teoria está bonito, mas na prática só se viabiliza com dinheiro público

A construção do estádio em São Lourenço da Mata nos moldes que o Governo do Estado prometeu está próxima de micar. O Governador prometeu fazer o estádio com recursos da iniciativa privada, mas a empreiteira já avisou que isso dificilmente acontecerá.

Já estava desconfiado disso, mas depois de ir atrás da história, escutando algumas pessoas que estão nos dois lados da negociação, foi possível entender o rolo que se formou para a viabilidade do projeto inicial.

A Construtora Odebrecht, que iniciou a proposta de construção do estádio, já avisou ao Governo que aceita bancar a construção da Arena da Copa em troca do terreno para a construção do conjunto habitacional e do centro comercial, mas é preciso garantia de que o estádio não se transforme em um mausoléu. A rentabilidade excedente das moradias da Cidade da Copa com a valorização da área não é suficiente para a construção e manutenção do Estádio.

Há estimativas de margem de contribuição entre R$ 40 mil e R$ 50 mil de cada moradia para o Estádio se pagar. Essa parte da conta até fecha, mas é preciso viabilizar a utilização da Arena.

A conta só fecha realmente se os 3 grandes times de Recife aceitarem mandar todos os jogos do Campeonato Brasileiro (seja em que divisão for) no Estádio. O estádio mais rentável do Brasil é o Morumbi, que nem de longe consegue pagar sua manutenção e retornar o investimento realizado.

O Náutico já teria topado mandar seus jogos no Novo Estádio, pois poderia até ter outros planos para seu terreno nos Aflitos. Mas mesmo que aceitasse arrendar, não seria suficiente para retornar o investimento feito pela iniciativa privada. Falta conseguir o impossível: o aceite de Santa Cruz e Sport para mandar seus jogos no local, esquecendo o Arruda e a Ilha do Retiro.

A idéia de Arena Multiuso também não vingou, pois Recife não teria mercado suficiente para grandes eventos com frequência. Em resumo, não há viabilidade financeira sem recursos públicos.

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